Projeto Folhetim Memórias Ferroviárias
Projeto Folhetim Memórias Ferroviárias
Instituição responsável
Associação dos Engenheiros da RVC (AERVC) / Museu Ferroviário do Ceará
A AERVC foi criada em 1964, visando à promoção da cultura ferroviária através de eventos técnicos e educativos, alinhados ao desenvolvimento e aperfeiçoamento do modal. É a mantenedora do Museu Ferroviário do Ceará.
Celular: (85) 99901-3334
Endereço: Rua Senador Alencar, 646 - Altos (Prédio da Sociedade Beneficente), Centro, 60030-020, Fortaleza, CE. (Sede provisória)
Site: http://museuferroviariodoceara.blogspot.com/
Realização: Associação de Preservação da Memória Ferroviária do Ceará (APREMFECE)
Período de Execução do Projeto: 06 meses (01/02/2021 a 30/08/2021)
Apresentação do Projeto
O presente projeto consiste na publicação de 3 mil exemplares das 6 primeiras edições do folhetim intitulado “Memórias Ferroviárias” contendo histórias extraídas da memória de 10 ferroviários longevos (e/ou de seus familiares e usuários dos trens), através de entrevistas que serão registradas em vídeo e em fotos, transcritas, ilustradas e editadas para o jornal. Os folhetins serão distribuídos gratuitamente nos equipamentos culturais do Ceará, em instituições de ensino, jornais, livrarias e editoras, bancas etc. O primeiro número do folhetim deverá ser lançado na Escola Municipal Moura Brasil, com a presença dos alunos, dos ferroviários, seus familiares e comunidade, visando a intergeracionalidade com um bate-papo entre os presentes.
Justificativa
A história da Ferrovia no Ceará começa na época do Império. Em 30 de novembro 1873, partia de Fortaleza o primeiro trem, uma locomotiva a vapor conhecida como Maria Fumaça. Saindo da capital, os trilhos passaram por várias cidades e chegaram até o sertão. Conhecida como Central, a Estação João Felipe de Fortaleza foi inaugurada em 9 de junho de 1880. Em 2021 essa estação completou 141 anos. A construção da ferrovia foi de fundamental importância para o desenvolvimento do Ceará. Impulsionou a economia, gerou muita riqueza e foi, por décadas, o principal transporte dos mais pobres. No período das secas, muitos retirantes vinham do interior para tentar a sorte na capital. O trem também trazia os doentes que eram levados para à Santa Casa de Misericórdia, hospital que ficava próximo à Estação. Mercadorias diversas eram trazidas para abastecer os armazéns, casas de comércio, mercados e indústrias. O algodão, nosso principal produto, chegava de trem até o Porto e de lá era transportado em navios para a Europa. Importante ressaltar que além do desenvolvimento econômico, dos inúmeros empregos gerados, da dinâmica social e de ser um meio de transporte rápido e seguro, o trem exercia uma espécie de magia sobre as pessoas. Da janela podia-se ver lindas paisagens que iam mudando de lugar. A cada estação encontros e desencontros, amizades, amores, alegria e novidades. Entre uma parada e outra, um garoto vendia laranja, uma senhora preparava um café quentinho com tapioca. Dali tiravam o sustento da família. Através do trem chegavam os livros e o jornal com as notícias do mundo. As pessoas iam até a estação não só para buscar parentes, mas também para buscar cultura. Cidades do interior ganharam cinema, teatro e hotéis. O trem trazia movimento e vida para as cidades. Em Fortaleza, a estação era um ponto de encontro, um lugar de convivência. Os ferroviários eram e são até hoje uma grande família. Viveram histórias inesquecíveis e têm muito orgulho do trabalho que exerceram. O prédio sede da Associação dos Engenheiros da Rede Viação Cearense (AERVC) - proponente deste projeto, que hoje abriga o Museu Ferroviário do Ceará, foi moradia do engenheiro construtor desta ferrovia. O desenvolvimento do Ceará, assim como uma parte importante da nossa história está preservada nesse prédio através do importante acervo ferroviário que é constituído por mais de mil peças oriundas de várias estações desativadas no Estado. Durante a implantação da Ferrovia foram construídas oficinas para manutenção, conserto, produção de peças e até de vagões de trens (que também compõem o acervo do Museu Ferroviário), como a "Oficina do Urubu" localizada na periferia de Fortaleza, na Estação Demósthenes Rockert, que era um espaço muito bonito e de grande significação para o modal ferroviário local. De lá partiam as ramificações de trens para outras cidades do estado, e por lá, ainda hoje residem em seu entorno vários ferroviários e seus familiares. Nossa proposta pretende registrar parte da história ferroviária presente na memória de seus ex-funcionários, familiares e usuários dos trens; desde sua implantação, até seu ápice e sua extinção. Histórias ricas de afeto e curiosidades, desconhecidas por muitos, principalmente por crianças e jovens. Histórias presentes não somente na memória dos funcionários, mas de todos os moradores mais antigos da cidade e dos passageiros sejam da capital ou do interior do estado. Através das oficinas de memórias, do projeto, propomos a troca de experiências baseadas em vivências e memórias da ferrovia que possibilitará momentos únicos e especiais aos participantes, de todas as idades, convidados especialmente para esse momento. As oficinas contarão com a mediação de profissionais que através dos objetos trazidos pelos convidados ou pelo projeto, criará uma linha de conversa baseadas nas lembranças relacionadas a ferrovia extraídas dos objetos. O projeto irá realizar 10 entrevistas com ferroviários idosos e/ou seus familiares e/ou usuários do trem. Essas conversas serão registradas em vídeo e em foto. Estes registros serão transcritos e deles serão produzidos os conteúdos dos folhetins. O forte do projeto também está na interação entre o Museu Ferroviário e a comunidade do seu entorno, assim como com os moradores do Oitão Preto. Propomos através dessas ações, chamar atenção para o importante papel social que a memória exerce. Ao embarcarmos nessa viagem através das imagens e causos dos relatos de memória afetiva, das conversas informais e das entrevistas, estaremos resignificando e repensando as experiências do passado, conservando a riqueza desse patrimônio, tirando do local de esquecimento e dandolhes vida, forma, cor e sentido. Portanto, pensamos que o desenvolvimento dessas ações dentro e fora do Museu Ferroviário que contará parte dessa história, estimulará a todos os leitores a embarcarem numa viagem pelos trilhos do conhecimento, da memória e do afeto. O Museu Ferroviário do Ceará está situado, em sede provisória, no prédio da Sociedade Beneficente do Pessoal da RFFSA, no Centro da cidade de Fortaleza, esquina das ruas Senador Alencar e 24 de Maio, próximo à Estação João Felipe e da praça da estação ferroviária central, onde existem centenas de moradores de rua, além dos transeuntes que por ali passam todos os dias, e também ao seu redor está a favela do Oitão Preto. Esse é o público potencial do projeto, que é recepcionado no Museu e acolhido com carinho e atenção. Todas as atividades do projeto serão abertas ao público geral e os folhetins serão distribuídos gratuitamente. Todo registro e toda experiência adquirida neste projeto dará origem posteriormente a outros produtos, com um livro, um documentário, folhetos de cordel, HQ, exposição fotográfica ou mesmo uma peça para teatro. A AERVC dará continuidade ao folhetim por entender que é uma forma de manter viva a comunicação entre o Museu Ferroviário do Ceará e o seu público.
Público-alvo:
Crianças, Adolescentes, Adultos, Idosos, Jovens, Pessoas com Deficiência. Moradores do entorno da Estação João Felipe. Principalmente a comunidade ferroviária, moradora ou não do entorno da Estação João Felipe, de todas as classes sociais.
Objetivo Geral:
Fomentar o debate acerca da atual realidade do patrimônio material e imaterial ferroviário brasileiro, com ênfase na importância da memória, através da publicação de 3 mil exemplares do folhetim Memórias Ferroviárias.
Objetivos Específicos:
- Realizar 2 oficinas de memórias;
- Realizar entrevistas com 10 os idosos ferroviários (registradas em vídeo e em fotos);
- Transcrever cerca de 20 horas de depoimentos dos idosos;
- Produzir cerca de 600 fotografias;
- Produzir cerca de 50 textos baseados nas histórias dos ferroviários;
- Imprimir e distribuir 3 mil folhetins (6 edições – 500 exemplares cada);
- Produzir mil cartões postais impressos com fotos dos ferroviários;
- Produzir cerca de 20 horas de registro videográfico;
- Realizar um evento de lançamento dos Folhetins.
Postais
Parabéns pelo resgate dessa linda e importante história. Está lindo todo o material, de bom gosto. Parabéns Dr. Hamilton, parabéns Myreika e toda equipe! Vida longa a esta história!
ResponderExcluirObrigada Cassinha.
ExcluirGraças ao Projeto Memórias Ferroviárias as gerações, novas e antigas, se encontram numa mesma Estação Feliz, percurso inicial de nossa Cultura e de nossa história. Agora é obter o ticket, repousar na poltrona e ver a evolução dos tempos nesra pitoresca viagem!
ResponderExcluirLindo Júlio!! Muito obrigada.
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