Museu Ferroviário do Ceará (AERVC - APREMFECE)
Em
1980, o Ministério dos Transportes (MT) cria o Programa de Preservação do
Patrimônio Histórico (PRESERVE) através da Portaria nº 292, de 24 de abril de
1980, designando a museóloga Maria Elisa Carrazzoni para coordenar a
implantação do Programa que, dentre outras coisas, propõe a criação dos Centros
de Preservação da História Ferroviária (CPHF), espalhados nas diferentes
regiões do país e onde tinham representantes ativos nas Superintendências
Regionais.
Em
1982, é instalado o Centro de Preservação da História Ferroviária do Ceará
(CPHFC).
Em
1986 a Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA) cria o Programa de
Preservação do Patrimônio Histórico Ferroviário (PRESERFE), com sede no prédio
da RFFSA, junto a Administração Geral, no Rio de Janeiro; o novo programa dava
continuidade às ações já iniciadas pelo PRESERVE enquanto setor do MT, porém se
dedicava exclusivamente àquelas relacionadas ao patrimônio ferroviário, visando
dar manutenção às atividades dos Centros. O PRESERFE foi responsável pelos espaços
de referência da preservação ferroviária de inestimável valor em todo país.
Em
toda a RFFSA, uma campanha para preservação e recuperação destes ativos
históricos foi realizada com sucesso, participando, inclusive, ferroviários
aposentados, que foram convocados a contribuir com peças e elementos pessoais
de seu tempo profissional (carteiras, uniformes, ferramentas, etc.), até então
guardados por valor sentimental, uma vez que a própria ferrovia descartara aos
montes velhos sinos, aparelhos de telégrafos, relógios, marcadores, etc., até
então substituídos naturalmente por seus sucessores tecnológicos.
É
nesse contexto que nasce o Museu do Centro de Preservação da História
Ferroviária do Ceará.
Localizado na Avenida Francisco Sá nº 4829, antes denominada Estrada do Urubu, no bairro Carlito Pamplona, periferia de Fortaleza, o Museu integrava uma área gigantesca de 14.850 m2 dentro do complexo onde ficavam as importantes Oficinas do Urubu inauguradas em 04 de outubro de 1930.
Com a
extinção da RFSSA dá-se a desativação dos Centros de Preservação, entre eles o
do Ceará. A maior parte do seu acervo e realocado em um galpão da antiga RFFSA,
anexo à Estação Central João Felipe, no Centro de Fortaleza. No traslado muitas
peças do Museu se perdem, são danificadas ou extraviadas.
Em
2000 o Museu é reinstalado no Centro de Controle Operacional (CCO), mas sem
nenhum apoio financeiro, aos poucos vai reduzindo suas atividades até fechar.
Em
2005, conforme Termo de Cessão No. 006/URFOR/2005, a Rede Ferroviária Federal
S/A, em liquidação, outorga ao Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, a
“administração e exploração do Museu Ferroviário e de outros bens de interesse
artístico, histórico e cultural”.
Em 2009 o IPHAN transfere a guarda
total do Acervo do Museu para a Associação dos Engenheiros da Rede Viação
Cearense - AERVC conforme Termo de Transferência no. 020/2009, do termo de
Cessão No. 006/URFOR/2005006, a guarda e conservação, por tempo indeterminado,
das peças remanescentes do Acervo Patrimonial do Museu Ferroviário do Ceará.
Ao assumir este acervo a AERVC e seus associados, em 2004,
reinstalam o Museu Ferroviário do Ceará no antigo prédio do CCO, ao lado da
Estação João Felipe, mas por falta de recurso é desativado em 2007.
Em 2015 há uma nova tentativa de reativação do Museu neste
mesmo prédio, por parte da AERVC em parceria com o Metrofor, porém como
anteriormente, esbarrou-se na burocracia e na falta de verba.
Em 2015 a Associação dos Engenheiros da Rede Viação Cearenses,
transferiu o acervo (composto por cerca de mil peças) para sua sede, o Chalé
(Casa do Engenheiro construtor da Ferrovia), situado também no conjunto da
Estação Professor João Felipe.
Até 2019 o Museu funcionou no Chalé, com um conceito
sociocultural e uma proposta interativa, voltada principalmente ao público
jovem, estudante de baixa renda, moradores do seu entorno e transeuntes do
Centro da cidade de Fortaleza, além de realizar um trabalho de resgate e
registro da memória dos ferroviários e seus familiares.
2019
No Chalé o Museu e seus parceiros realizam diversas ações
culturais com o acervo, como: exposições, publicações de livros, palestras e
vídeos.
Também, na medida do possível, viabiliza ações que fomentam o
retorno das linhas ferroviárias de transporte de passageiros e/ou turísticas,
como uma atividade ativa para a população cearense.
Devido
ao grande projeto de revitalização de todo o complexo ferroviário do Centro de
Fortaleza implantado pelo Governo do Estado do Ceará (iniciado em 2019) o Museu
muda-se para o prédio da Sociedade Beneficente do Pessoal da Rede Viação
Cearense, na Rua Senador Alencar, 596, esquina com Rua 24 de Maio, no centro de
Fortaleza, há um quarteirão da Praça da Estação João Felipe.
O Museu Ferroviário do Ceará colaborou com a implantação de exposições/espaços culturais ferroviários em Baturité, Cedro, Granja, Uruóca, Nova Russas, Canafístula, Monguba, do Museu Ferroviário João Felipe, parceria com o governo do estado através da Secult e o Instituto Mirante, e está em parceria com o SESC, no projeto SESC Ler, na estação ferroviária de Quixeiramobim.
Desde 2015 se juntou a essa empreitada a Associação de Preservação da Memória Ferroviária do Ceará (APREMFECE).
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